Uma distinção entre entidades e unidades linguísticas: implicações para o método em Linguística

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ISSN: 1980-5799
Editor Chefe: Guilherme Fromm
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Linguística

Uma distinção entre entidades e unidades linguísticas: implicações para o método em Linguística

Ano: 2017 | Volume: 11 | Número: 3
Autores: Cármen Agustini, Flávia Santos da Silva.
Autor Correspondente: Flávia Santos da Silva. | [email protected]

Palavras-chave: Entidade. Unidade. Sintagma. Sujeito-falante.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No presente artigo, buscamos problematizar, a partir de uma leitura do Cours de Linguistique Générale de Ferdinand de Saussure, a distinção conceitual entre entidade e unidade linguísticas. Embora essa distinção possa parecer irrelevante, ela não o é; ao contrário, ela pode contribuir para desautomatizar algumas leituras do Cours e, assim, re-significar o discurso da linguística sobre ele. É preciso, então, (re)visitá-las para não reduzi-las a uma mera sinonímia. Estudá-las pode ser uma forma de dar densidade à s afirmações de que não há, no Saussure do Cours, o tão propalado expurgo do sujeito-falante. Pensar essa distinção no espaço do presente artigo é uma forma de dar a ver que as unidades da língua estão em função da produção da fala e do sujeito-falante que as delimita no mo(vi)mento de significação. Para melhor explicarmos a distinção entre os dois conceitos, analisamos algumas manifestações da linguagem, como propaganda, piada, notícia e provérbio, a fim de evidenciar o modo como o sujeito-falante delimita uma entidade concreta em unidade linguística. Assim procedendo, demonstramos que essa distinção conceitual está na base do método linguístico.

Resumo Inglês:

This article discusses the conceptual distinction between linguistic entities and language units, having as a starting point the Cours de Linguistique Générale, by Ferdinand de Saussure. Although this distinction may seem irrelevant, it is not; on the contrary, it can contribute to change some discourses supported by Linguistics on this topic. It is important to redefine them not to take them as synonyms. Besides, rethinking misinterpretations about this book will possibly reinforce the very fact that Saussure does not expurgate the speaking subject from his reflections. Thus, making the distinction between linguistic entities and language units allows us to show that language units exist and are necessarily related to the production of speech. It is up to the subject to delimit such language units in the process of signification. In order to show the distinction between the two concepts, we analyze some manifestations of language, such as advertising, jokes, news and sayings. This analysis makes it clear how the subject delimits a concrete entity into a linguistic unit in order to demonstrate that this distinction is on the base of a linguistic method.