Este trabalho tem como pretensão analítica compreender a relação entre ‘Estruturas de Oportunidades Políticas’ e inserções sóciopolíticas. Mais precisamente, essa pesquisa se volta para a comunidade remanescente de quilombola Serra das Viúvas, situada no sertão alagoano. Busca-se entender aqui, em que medida as relações contenciosas de determinados processos políticos, contribuem para a diversificação de suas inserções em diferentes espaços sociais, políticos, econômicos e profissionais. Assim, essa pesquisa tem como principal objetivo compreender a relação entre Estrutura de Oportunidades Políticas e diversificações de inserções sócio-políticas. Tais pretensões analíticas se utilizaram dos seguintes pressupostos metodológicos: Levantamento de dados secundários, como documentos oficiais, atas de reuniões, panfletos, atas, relatórios. Também se utilizou de questionário, objetivando levantar um perfil socioeconômico e político do universo pesquisado. Além de entrevistas semiestruturadas, buscando captar dados biográficos com mais intensidade e profundidade que não são possíveis em outras estratégias metodológicas acima citadas. Desse modo, o que parece acontecer é, uma redefinição dos limites relacionais entre esses agentes, onde a partir de possíveis situações conflitivas e adversas, constroem-se alternativas à tais modificações conjunturais. Esses agentes se apropriam de recursos, técnicas e habilidades ao longo de suas trajetórias, e as reconvertem em estratégias de ação para novas inserções sociais. A aproximação entre o fazer empresarial turístico e o fazer artesanal quilombola aponta para novas estratégias de ampliação de suas ações. Um dos usos desse contexto de oportunidades, é o que envolve o status de reconhecimento étnico-cultural desse grupo. A Serra das Viúvas, agora reconhecida institucionalmente enquanto a ‘Serra das Viúvas Quilombola’, passa ater um significado turístico e mercadológico, sobretudo a relação que passa a se estabelecer com o artesanato local.