Este artigo reflete sobre os modos de abordagem e os recursos expressivos utilizados por Nana Queiroz, em Presos que menstruam, e por Fabiana Moraes, em O nascimento de Joicy, para conferir visibilidade às vidas anônimas das quais resolveram se aproximar. Compreender como tais narrativas produzem sentidos sobre a diferença, compartilhados na arena de disputas simbólicas da cultura contemporânea, é o objetivo que nos guia. Em suas narrativas, Queiroz e Moraes esboçam gesto parecido: evitam os modos codificados de relatar a alteridade, preferindo construir entradas pelos espaços de invenção dos sujeitos narrados - inscrevendo suas falas, experiências e os modos singulares que afastam as concepções generalizantes. Amparadas no “eu” para produzir os relatos, Queiroz e Moraes apresentam retórica testemunhal e reflexiva, numa escrita pontuada pela sua subjetividade e a de seus personagens.
This article reflects upon the treatment and the expressive devices employed by Nana Queiroz, in Presos que menstruam and by Fabiana Moraes, in O nascimento de Joicy, to confer visibility to the anonymous lives they chose to approach. Understanding how such narratives produce meaning in regards to difference, which is shared in the arena of symbolic disputes of contemporary culture is the aim that steers us. In their narratives, Queiroz and Moraes sketch a similar motion: they avoid the coded means of relating alterity, choosing to build entryways through the spaces of invention of the subjects being narrated – inscribing their utterances, experiences and particular ways in a manner that stays away from generalizing conceptions. Supported in the “self” in order to produce the accounts, Queiroz and Moraes, produce reflexive and testimonial rhetoric, writing in a way that is dotted by their subjectivities and that of their characters.