Mulherio (1981-1988), inaugurado em período de abertura política, criado por pesquisadoras da Fundação Carlos Chagas, foi um dos jornais feministas mais longevos no contexto da imprensa alternativa e discutia pautas que visavam construir a igualdade de gênero, bem como sistematizava informações sobre a “condição da mulher” no Brasil. Um dos temas que mobilizou o jornal, e todas as publicações e grupos feministas do período, foi o debate sobre a Constituinte, assunto que foi determinante dos rumos tomados pelo movimento nas décadas seguintes. Nesse sentido, o presente artigo pretende analisar como o Mulherio pautou a máxima, encampada pelo Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, da campanha “Constituinte pra valer tem que ter palavra de mulher” em suas páginas em 1985-1987.
Mulherio (1981-1988), inaugurated in a period of political opening, created by women researchers of Carlos Chagas Foudantion, was one of the longest feminist newspapers of the underground press emergence. It discussed guidelines that intended to build gender equality, as well as organized information about “woman condition” in Brazil. One of the topics that mobilized the newspaper, and all other publications and feminist groups at the time, was the debate about the Constituent, subject that was determinant of the directions taken by the movement in the following decades. In this sense, this article aims to analyze how Mulherio set the maximum, fomented by National Council for Women’s Rights, of the campaign “Constituent for real has to have woman’s word” in its pages during 1985-1987.