O artigo se propõe a discutir as implicações do diálogo entre uma escola da
educação básica da rede municipal de ensino da cidade de Nova Iguaçu/RJ e a
capoeira. Trata-se de uma etnografia das aulas de capoeira que envolveu
diferentes sujeitos do espaço escolar: oficineira de capoeira, professoras e
estudantes. A escola analisada trabalhou com a capoeira a partir do Programa Mais
Educação, que, entre outros objetivos, visa aumentar a permanência de estudantes
no espaço escolar a partir da oferta de atividades educativas no contra turno
escolar. As considerações finais apontam que a vinculação da capoeira com a
cultura afro-brasileira, por vezes, tem sido rejeitada devido à presença de traços
que a conectam com a religiosidade de matriz africana, sobretudo o candomblé e a
umbanda. Diante desse contexto, identificamos, nas aulas de capoeira, tentativas
de “esportizar” a manifestação como forma de lidar com a intolerância religiosa
presente no cotidiano escolar.