O artigo é delineado a partir da análise de uma pesquisa realizada com base em estudo de caso no contexto dos percursos alcançados por ações de mulheres no assentamento Maceió, situado no município de Itapipoca, no Ceará. Trabalhando com as relações sociais e as estratégias de reprodução das mulheres rendeiras e camponesas, as categorias sustentabilidade e territorialidade vão sendo operadas para a compreensão de suas práticas e visões de mundo. Organizadas coletivamente, as mulheres produzem um valor material, mas principalmente, simbólico, ao relacionarem seu trabalho artesanal com a territorialização e a sustentabilidade socioambiental do assentamento. Por meio de suas formas de inserção nos espaços de poder e de produção constituem novas identidades, promovem a participação e o autorreconhecimento no uso e ocupação da praia e do mar, na organização do assentamento, nos grupos de extração e beneficiamento de algas marinhas e nas lutas que envolvem a construção de territorialidades.