No conto “Metamorfose”, presente em A cor da ternura, de Geni Guimarães, a protagonista vive em um ambiente escolar marcadamente racista capaz de modificar seus comportamentos. Neste sentido, a personagem, ainda criança, passa pelos processos de autonegação, consciência de si, autoafirmação e empoderamento social como consequência do contato com o meio social discriminador no qual está inserida. O presente artigo tem como objetivo examinar as consequências do discurso racista na construção identitária da protagonista de “Metamorfose”, de Geni Guimarães. Como aporte teórico, serão utilizados os trabalhos de Hall (2015), Mbembe (2014), Glissant (2005), Fanon (2008), Carneiro (2011). Conclui-se que a construção da identidade da personagem é fortemente marcada pelo discurso social pautado na discriminação contra o sujeito negro.