Este estudo visa trazer a reflexão sobre a apropriação do racismo entre crianças, relacionando os construtos do canônico, examinado por Bruner em sua obra Actos de Significado (2008), e do hegemônico em Gramsci, em Cadernos do Cárcere (tradução, 2004). Sob essas conceituações, são trazidas as formulações a respeito de como a criança realiza a habilidade de marcar o que é culturalmente canônico, relacionando-as aos conceitos de hegemonia, ideologia e senso comum. Se a estrutura narrativa possibilita compreensões ainda pré-linguísticas de significados (Bruner, 2008), conclui-se que haveria o início de uma internalização do racismo hegemônico anterior mesmo à expressão linguística pela criança, sugerindo reflexões acerca da superação do preconceito racial na infância.
This study aims to discuss the first appropriations of racial prejudice in children taking into account the canonical forms examined by Bruner in his book Acts of Meaning (2008) and the hegemonic concept by Gramsci in Cadernos do Cárcere (2004). Using these concepts, the development of abilities with which children perceive the canonical forms of culture, linking these ideas with the concepts of hegemony, ideology, and common sense are discussed. If the narrative structure allows for a pre-linguist comprehension of meaning (Bruner, 2008), we conclude that an internalization of hegemonic racism would begin prior to a child´s acquisition of linguistic expression, which in turn allows us to consider ways in which to overcome racial prejudice in infancy.
Este estudio pretende reflexionar sobre las primeras apropiaciones del prejuicio racial entre los niños, a partir de los constructos del canónico, examinados por los estudios de Bruner en Actos de Significado (2008), y del hegemónico en Gramsci, en Cadernos do Cárcere (traducción, 2004). A través de estos conceptos, levanto las formulaciones al respecto de cómo el niño realiza la habilidad de marcar lo que es culturalmente canónico, relacionándolas a los conceptos de hegemonía, ideología y sentido común. Si la estructura narrativa posibilita comprensiones aun pre-lingüísticas de significados (Bruner, 2008), concluimos que habría el inicio de una internalización del racismo hegemónico que es anterior a la expresión lingüística del niño, sugiriendo reflexiones acerca de la superación del prejuicio racial en la niñez.