Os conflitos na antiga Iugoslávia, bem como a guerra civil em Ruanda têm desempenhado um papel fundamental na conscientização dos abusos contra as mulheres, em particular “estupro de guerra”. Em ambos os casos, a existência de tribunais penais internacionais que permitiram, apoiados e reforçados a rápida emergência do depoimento vítimas ao contrário do que foi observado nas das duas guerras mundiais. É este aspecto particular, a que se dedica o texto a seguir. Após o retorno e foco no desenvolvimento do quadro normativo da possibilidade de abusos narrativos - Direito Internacional, estruturas judiciais - uma análise das mesmas formas de a história das vítimas será realizado no novo contexto da Justiça Penal Internacional bem como em espaços comuns de expressão (pesquisas, narrativas pessoais, histórias dadas relatadas pelas ONGs, documentaristas). A abordagem que se aproxime do público também leva a questionar o valor e o alcance dessas afirmações sobre o seu impacto reconstrutivo e reparador, mas também as suas limitações, os silêncios e a impossibilidade de colocar em palavras.
The conflicts in the former Yugoslavia as well as the civil war in Rwanda have played a key role in raising awareness of abuse against women, in particular “war rape”. In both cases, the existence of international criminal tribunals that allowed, supported and reinforced the rapid emergence of the victims testimony contrary to what was observed in the two world wars. It is this particular aspect, which is dedicated to the following text. After the return and focus on developing the regulatory framework of the possibility of abuse narrative - International Law, judicial structures - an analysis of the same ways the story of the victims will be carried in the new context of the International Criminal Court as well as in public spaces of expression (research , personal narratives, stories reported given by NGOs, documentary). The approach that approximates the public also leads to question the value and scope of these statements about your reconstructive and restorative impact, but also its limitations, the silences and the inability to put into words.
Les conflits dans l’ex Yougoslavie, de même que la guerre civile au Rwanda ont joué un rôle clef dans la prise de conscience des exactions commises contre les femmes, en particulier les « viols de guerre ». Dans les deux cas c’est l’existence de juridictions pénales internationales qui a permis, étayé et renforcé l’émergence rapide de la parole des victimes à la différence de ce que l’on observe pour celles des deux guerres mondiales. C’est à cet aspect particulier qu’est consacré le texte qui suit. Après un retour et une mise au point sur l’évolution du cadre normatif de la possibilité du récit des exactions – droit international, structures judiciaires -- une analyse des formes même du récit des victimes sera menée dans le nouveau contexte de la Justice Pénale Internationale ainsi que dans les espaces d’expression conjoints (enquêtes, récits personnels, récits donnés aux ONG, aux cinéastes documentaristes). L’approche de cet intime livré au public conduira s’interroger aussi sur la valeur et la portée de ces dires, sur leur impact réparateur et reconstructeur mais aussi sur leurs limites, sur les silences et les impossibilités de mise en mots.