A autopercepção em saúde refere-se a experiência subjetiva sobre o seu bem-estar funcional, social e psicológico. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a autopercepção quanto a saúde bucal de uma população de idosos não institucionalizada residente no Arquipélago do Marajó, Região Norte do Brasil. Configura-se um estudo descritivo transversal com uma amostra do tipo aleatória simples (n= 50). A autopercepção foi avaliada por meio de questionário validado pelo SB Brasil 2010. Avaliou-se também o uso e necessidade de prótese, mediante exame clínico bucal. A associação entre a autopercepção, fatores clínicos de uso e necessidade de prótese e fatores socioeconômicos foi verificado por meio do teste do Qui-quadrado, com α=0,05. De acordo com os resultados obtidos, 84% dos idosos já procurou atendimento odontológico, sendo que 51,2% realizou-a no serviço particular, principalmente para fazer extração dentária (55,8%). Observou-se que, dos idosos que não usavam prótese, 75% tinham apenas até 4 anos de aproveitamento de estudos (p=0,031) e que 59,4% tinham renda familiar total entre R$501 a R$1.500 reais (p=0,234). Apesar de não utilizarem a prótese, 62% considerou que necessitavam utilizar o dispositivo (p=0,003), visto que 56% sentiu dificuldades de falar (p=0,015), contudo 54% não sentiu vergonha em falar ou sorrir (p=0,869). Percebeu-se que a necessidade de prótese dentária é clinicamente superior à percebida pelos idosos marajoaras participantes da pesquisa e dentro dessas condições é configurado como consequência de um contexto multifatorial que abrange variáveis socioeconômicas, geográficas e culturais.