Este texto tem como foco problematizar processos sociais e condições de acesso às possibilidades de vida pela população intersexual. Trata-se de um recorte de uma pesquisa que partiu do método cartográfico para pensar modalidades de subjetivação, assim, o percurso se deu por territórios virtuais, focalizando materiais encontrados nas mídias sociais sobre a população intersexual. Também foram percorridas políticas públicas sobre a temática. Os materiais foram analisados a partir de operadores conceituais de Michel Foucault: ética, verdade, biopolítica e governamentalidade. O percurso metodológico possibilitou pensar a composição de territórios existenciais e o modo como sujeitos se experimentam na relação com regimes de verdade sobre a intersexualidade. Este estudo permitiu considerar que umas das problemáticas fundamentais para a população intersexual, na atualidade, é a forma como é performada no campo social, pois, os regimes de verdades, pautados no binarismo de gênero contribuem para a invisibilidade das necessidades da população intersexo. A marginalização e estigma são condicionantes e determinantes de saúde que tem produzido formas de relação com esta experiência, fragilizando condições de vida. Portanto, entende-se que há necessidade de ações de promoção de saúde para esta população, com objetivo de oferecer maior visibilidade e espaços de discussão sobre a intersexualidade, considerando possibilidades de engendramento de regimes de verdade que operem na lógica da autonomia e inclusão social destes sujeitos.