A crise social, política e econômica que sufoca a população venezuelana também se reflete no setor de comunicação, em sobressalto por três grandes problemas: a crise econômica, que dificulta a sobrevivência de muitas mídias e o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs); a polarização sociopolítica, que faz com que a maioria dos meios de comunicação estejam fortemente ideologizados a favor ou contra o governo, o que reduz sua credibilidade; a censura e o controle estatal, que impedem a existência de meios de comunicação livres e independentes e que muitas vezes forçam os profissionais à autocensura. Este trabalho usa dados do relatório Media Landscapes da Venezuela (ARCILA & BLANCO-HERRERO, 2019) para aprofundar a análise desses problemas e buscar alternativas que, embora ainda distantes e insuficientes, poderiam contribuir para a sobrevivência e a possível melhora do setor de comunicação na Venezuela. Entre as alternativas incluímos a proliferação de mídias digitais que tentam escapar da censura e do controle estatal, o trabalho de associações profissionais e a defesa dos direitos de jornalistas e comunicadores, uma possível mudança política, e os esforços de uma população ávida por informação.