A artéria basilar (AB) percorre o sulco basilar da ponte e termina superiormente, bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores. Em seu trajeto ascendente, a AB emite ramos e, dentre eles, estão as artérias cerebelares superiores (ACS). Normalmente, a AB emite apenas um ramo direito e um ramo esquerdo para formar a ACS, que irrigará o mesencéfalo e a porção superior do cerebelo, através dos seus segmentos pontomesencefálico, cerebelomesencefálico e cortical. Tais segmentos mantêm ainda relações com os pares de nervos cranianos: oculomotor, troclear e trigêmeo. O presente estudo tem por objetivo fazer um relato de caso sobre uma variação anatômica da artéria cerebral superior esquerda, comparando uma análise real das estruturas anatômicas com estudos descritos na literatura e correlacionando-os com a percepção fisiopatológica compreendida por esse fenômeno. As informações contidas neste trabalho foram obtidas
por meio de observação direta de peça anatômica em laboratório de neuroanatomia, e a correlação fisiopatológica feita, através de análise de artigoscientíficos, publicados entre os anos de 2012 e 2017. Na análise da peça cadavérica, observou-se a existência de um ramo direito da ACS, ao passo que existiam dois ramos esquerdos dessa mesma artéria, configurando a variação anatômica. Dentre as afecções que essa duplicação pode provocar, destaca-se a nevralgia do nervo trigêmeo. A neoformação vascular pode ainda provocar uma distribuição desigual do fluxo sanguíneo, resultando em hipoplasia do ramo trigeminal e áreas cerebelares. Esses ramos atípicos são mais propensos à formação de aneurismas e, consequentemente, acidentes vasculares encefálicos. O conhecimento das variações anatômicas do sistema vertebrobasilar é essencial, devido a sua grande prevalência, sendo assim o estudo indispensável para a compreensão do surgimento de doenças cerebrovasculares, como a nevralgia do trigêmeo, para a realização de procedimentos microvasculares reconstrutivos e fornecimento de informações às avaliações radiológicas.
The basilar artery (AB) runs through the basilar sulcus of the bridge and terminates superiorly, bifurcating to form the posterior cerebral arteries. In its upward path, the AB emits branches, and among them are the superior cerebellar arteries (CHA). Usually, the AB emits only one right and one left branch to form the CHA, which will irrigate the midbrain and the superior portion of the cerebellum through its pontomesencephalic, cerebellomesencephalic and cortical segments. These segments also maintain relations with the cranial nerve pairs: oculomotor, trochlear and trigeminal. The present study aims to report a case about an anatomical variation of the left superior cerebral artery, comparing a real analysis of anatomical structures with studies described in the literature and correlating them with the pathophysiological perception of this phenomenon. The information contained in this paper was obtained