O objetivo deste estudo foi descrever as associações entre alterações isquêmicas encontradas nos eletrocardiogramas (ECG), dor torácica como sintoma que levou o doente ao serviço de emergência e variáveis clínicas relacionadas ao aumento da probabilidade de doença arterial coronariana (DAC). Entre março e abril de 2015 foram colhidos registros de 138 pacientes atendidos na emergência do Hospital Governador Flávio Ribeiro Coutinho. Apenas fichas com ECG foram selecionadas. Idade, sexo, hipertensão, diabetes e dor torácica eram as características observadas e que seriam relacionadas com os sinais de isquemia no ECG. A idade dos pesquisados teve média de 58,21 anos, sendo 85,5% deles com 40 anos ou mais. O sexo feminino representou 68,8% da amostra. 57,2% não sabiam ser hipertensos e 39,9% o eram; 10,1% tinham diabetes. Um pouco menos da metade, 47,1%, apresentavam dor torácica e em 14,5% dos ECGs havia alterações sugestivas de isquemia. Dentre os maiores de 60 anos, 17,4% possuíam ECG com alguma alteração de isquemia, mas sem significado estatístico, p= 0,549; e nos homens o resultado do exame foi alterado em 23,3%, p= 0,049. Relativo às variáveis clínicas, entre os pacientes com dor torácica, 21,5%, p=0,027, apresentaram ECG com sinais de isquemia. Indivíduos com hipertensão, em uso de anti-hipertensivos e diabéticos apresentaram alterações eletrocardiográficas em, respectivamente, 14,5%, 16,3% e 21,5% dos casos e todos com p sem significado estatístico. Quanto à dor torácica e sua relação com idade e sexo: os maiores de 60 anos, em 47,5% das vezes, a sentiram, p=0,975; e o sexo feminino, em 47,4%, p=0,926, tinham o sintoma. Concluímos que o sexo masculino possui a maioria dos eletrocardiogramas alterados e menos de 1/3 dos pacientes com dor torácica típica possuem ECG com sinais de isquemia.
The aim of this study was to describe the associations between ischemic changes found on electrocardiograms (ECG), chest pain as a symptom that led the patient to the emergency department and clinical variables related to increased likelihood of coronary artery disease (CAD). Between March and April 2015, records were collected from 138 patients treated at the emergency room of Hospital Governador Flávio Ribeiro Coutinho. Only ECG chips were selected. Age, gender, hypertension, diabetes, and chest pain were the observed characteristics that would be related to the signs of ischemia on the ECG. The age of the respondents had an average of 58.21 years, of which 85.5% were 40 years or older. Females represented 68.8% of the sample. 57.2% did not know how to be hypertensive and 39.9% were; 10.1% had diabetes. A little less than half, 47.1%, had chest pain and in 14.5% of the ECGs there were changes suggestive of ischemia. Among those older than 60 years, 17.4% had ECG with some alteration of ischemia, but without statistical significance, p = 0.549; and in men the test result was changed by 23.3%, p = 0.049. Regarding clinical variables, 21.5% of the patients with chest pain, p = 0.027, presented ECG with signs of ischemia. Individuals with hypertension on antihypertensive and diabetic patients had electrocardiographic alterations in, respectively, 14.5%, 16.3% and 21.5% of the cases and all with p without statistical significance. Chest pain and its relationship with age and sex: those over 60 years old, in 47.5% of the times, felt it, p = 0.975; and females, in 47.4%, p = 0.926, had the symptom. We conclude that the male gender has the most altered electrocardiograms and less than 1/3 of patients with typical chest pain have ECG with signs of ischemia.