Kony 2012: estratégias narrativas de um fenômeno do ativismo digital

Revista GEMInIS

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ISSN: 2179-1465
Editor Chefe: João Carlos Massarolo
Início Publicação: 31/10/2010
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Kony 2012: estratégias narrativas de um fenômeno do ativismo digital

Ano: 2012 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: Flávia Brites, Tarcisio Torres Silva
Autor Correspondente: Flávia Brites, Tarcisio Torres Silva | [email protected]

Palavras-chave: ativismo digital, Kony 2012, utopia, meme, mito, narratividade, ciborgue

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Em março de 2012 foi lançada a campanha Kony 2012, cujo instrumento principal foi um filme com 29 minutos de duração realizado pela ONG Invisible Children. Ele trata de uma campanha de mobilização cujo propósito é localizar e prender Joseph Kony, líder do LRA (Lord’s Army Resistance), grupo militante atuante no centro da África acusado de uma série de crimes contra a humanidade. A tamanha popularidade que um filme ativista alcançou na internet nos instigou a pensar sobre quais estratégias foram usadas por seus produtores e os efeitos da campanha. Para tanto, partimos neste trabalho de considerações sobre a significação de diversos fragmentos de vídeos tirados do Youtube e usados como peças básicas da construção do filme Kony 2012. Em seqüência, com base na sua decupagem*1, persegue-se a forma como o filme revela sentidos políticos latentes naqueles micro-vídeos. Partindo da ideia do filme como um momento dentro de um processo complexo de construção, disputa e negociação de uma comunidade digital imaginada, veremos que o filme e as práticas em torno dele propõem uma política global, construída a partir de mitos e utopias, que se coloca ao mesmo tempo jovem, pós-moderna e digital. Ele suscita respostas vindas da prática já existente nessa nova ágora, que demonstrou ser altamente manipulável e, não sem paradoxos, altamente crítica.



Resumo Inglês:

In March 2012 the Kony 2012 campaign was launched, whose main instrument was a 29-minute film by the NGO Invisible Children. It is about a mobilization campaign whose purpose is to locate and arrest Joseph Kony, leader of the LRA (Lord's Army Resistance), a militant group operating in central Africa accused of a series of crimes against humanity. The sheer popularity of an activist film on the internet has prompted us to think about what strategies were used by its producers and the effects of the campaign. In order to do so, we start from this consideration of the significance of several fragments of videos taken from Youtube and used as basic pieces of the construction of the film Kony 2012. In sequence, based on its decupagem * 1, the way is pursued the film reveals latent political meanings in those micro-videos. Starting from the idea of the film as a moment within a complex process of construction, dispute and negotiation of an imagined digital community, we will see that the film and the practices around it propose a global policy, built from myths and utopias, that poses at the same time young, postmodern and digital. It elicits responses from existing practice in this new agora, which has proved to be highly manipulable and, not without paradox, highly critical.



Resumo Espanhol:

Em março de 2012 foi lançada a campanha Kony 2012, cujo instrumento principal foi um filme com 29 minutos de duração realizado pela ONG Invisible Children. Ele trata de uma campanha de mobilização cujo propósito é localizar e prender Joseph Kony, líder do LRA (Lord’s Army Resistance), grupo militante atuante no centro da África acusado de uma série de crimes contra a humanidade. A tamanha popularidade que um filme ativista alcançou na internet nos instigou a pensar sobre quais estratégias foram usadas por seus produtores e os efeitos da campanha. Para tanto, partimos neste trabalho de considerações sobre a significação de diversos fragmentos de vídeos tirados do Youtube e usados como peças básicas da construção do filme Kony 2012. Em seqüência, com base na sua decupagem*1, persegue-se a forma como o filme revela sentidos políticos latentes naqueles micro-vídeos. Partindo da ideia do filme como um momento dentro de um processo complexo de construção, disputa e negociação de uma comunidade digital imaginada, veremos que o filme e as práticas em torno dele propõem uma política global, construída a partir de mitos e utopias, que se coloca ao mesmo tempo jovem, pós-moderna e digital. Ele suscita respostas vindas da prática já existente nessa nova ágora, que demonstrou ser altamente manipulável e, não sem paradoxos, altamente crítica.