Os usos de filme e fontes visuais na História do Trabalho
Assim que a tecnologia do filme foi inventada no final do século XIX, foi usada por cineastas europeus para registrar, documentar e representar a vida do trabalho local. Os filmes eram em geral curtos, mudos e em preto e branco. Eram criados e financiados por pessoas diferentes para diferentes propósitos, inclusive empresários promovendo seus empreendimentos, bem como artistas que cobravam para que os protagonistas vissem a si e a seus amigos na tela. Os filmes eram exibidos numa variedade de cenários, como feiras tradicionais e os primeiros cinemas. Neste artigo, analiso uma seleção de filmes protagonizados por uma gama de trabalhadores britânicos do início do século XX, reunidos numa recente série de história da TV britânica - Edwardian Britain in Color (Canal 5), para a qual contribuí. Os filmes originais foram restaurados e colorizados para reavivá-los para um novo público. Exploro as complexidades de filmar trabalhadores e locais de trabalho e sugiro como os historiadores do trabalho na Grã-Bretanha, no Brasil e em outros lugares podem usar filmes como esses e outros materiais visuais como fontes valiosas.
As soon as film technology was invented in the late nineteenth century, it was used by European film-makers to record, document and represent local working lives. The films were typically short, silent and monochrome. They were made and funded by different people for different purposes, including by business owners to promote their enterprises, as well as by showmen who charged those depicted to pay to come and see the spectacle of themselves and their friends on screen. The films were shown in a variety of settings, including traditional fairs and early cinemas. This article analyses a selection of films featuring a range of early twentieth century British workers compiled as part of a recent British TV history series to which I contributed – Edwardian Britain in Colour (Channel 5). The original films have been restored and colourised in order to bring them to life for a new audience. The article explores the complexities of capturing workers and workplaces on film and suggests how labour historians in Britain, Brazil and beyond can use films like these and other visual materials as valuable sources.