A implantação de redes coletoras de esgoto, por si só, não é garantia de saúde pública, pois os benefícios decorrentes dessas obras dependem também da correta ligação dos domicílios à rede. Esse processo demanda a conscientização da população, sobre o papel de cada cidadão, e a gestão coordenada e participativa das empresas responsáveis pela prestação de serviços de água e esgoto do município, para garantir o retorno ambiental e social dos investimentos em saneamento. O objetivo deste estudo foi compreender porque muitas famílias não respondem prontamente ao programa “Se ligue na Rede” no estado do Paraná e quanto custam os esforços para a companhia de saneamento regularizar esse problema. A metodologia consistiu na análise das estratégias de intervenção socioambiental do programa, de entrevistas e relatórios de serviços em 17 empreendimentos (13.286 ligações domiciliares). Como resultado: nenhum dos empreendimentos alcançou 100% de moradias regularizadas; em 40% dos empreendimentos as ligações foram inferiores a 80%; o custo adicional para recontratações de ações socioambientais foi R$ 680.000,00. Como conclusão, recomenda-se: garantir a participação de representantes dos usuários no processo de implantação de redes; promover a ampliação e diversificação das estratégias de sensibilização e mobilização social; oferecer serviço gratuito de ligação domiciliar à rede para famílias de baixa renda. Este estudo pode auxiliar agências de fomento na consolidação de uma metodologia padronizada de avaliação objetiva das ações socioambientais praticadas junto à comunidade, assim como o cumprimento dos ODS, em especial o Objetivo 6 (saneamento para toda população).
Palavras-chave: coleta de esgoto sanitário, intervenção socioambiental, ligação predial.
The implementation of sewage collection systems alone does not guarantee public health, since households must be correctly connected to the network in order to derive any benefit from these public works. In order to ensure an environmental and social return on investments in sanitation, a) population must be instructed concerning the role of each citizen, and b) companies responsible for the provision of water and sewage services must be managed in a coordinated and participative manner. This study sought to understand why many households do not respond promptly to the “Connect to the Network” program in the state of Parana and how much the further efforts cost to the sanitation company to regularize this problem. The methodology consisted of analyzing the program’s socio-environmental intervention strategies, interviews and service reports for 17 projects (13,286 household connections). The results: no projects achieved 100% of household connections; total connections were less than 80% in 40% of the projects; the additional cost of re-implementing social and environmental initiatives was R$ 680,000.00. We recommend that user representatives be allowed to participate in the network-deployment process, that social awareness and mobilization strategies be expanded and diversified, and that free home connections be completed for low-income families. This study may aid development agencies to arrive at a standardized methodology for the objective evaluation of socio-environmental initiatives that are to be carried out within the community; it may also aid in the fulfillment of Sustainable Development Goals (SDG), particularly Goal 6 (sanitation services for the entire population).
