Resumo: O uso de categorias permite a estudiosos realizar distinções, organizar seu material e classifica-lo de acordo com os critérios dos padrões utilizados. Entretanto, muitas vezes, tais parâmetros correspondem mais aos esquemas organizacionais atuais do que às próprias categorias antigas, mesmo quando aparentam vir diretamente do passado. A partir do exemplo das “religiões de mistério”, a alegação de que uma suposta “experiência religiosa”, isolada de seu contexto político, seria a base das ideias e condutas religiosas greco-romanas parece ser um posicionamento mais fundamentado em vieses (essencialistas) modernos do que nas evidências históricas.
Abstract: The use of categories allow scholars to make distinctions, organize their material, and classify it according to the definitional criteria of the categories used. However, sometimes, these criteria correspond more to present organizational schemata than to ancient people’s own, even when the categories used appear to come directly from the past. From the example of the Greco-Roman mystery religions, it would seem that the claim that some kind of religious experience, isolated from its political context, was the basis for ancient religious practices, ideas and institutions seems to be grounded more in modern (essentialist) bias than in historical evidence.