Este artigo busca suprir uma lacuna na produção acadêmica, haja vista a escassez de trabalhos abordando a temática sob o ângulo do narrador infantil. Porém, para isso, faz-se necessário o trabalho da escuta por parte desta pesquisadora. Para tanto, trago uma narrativa sobre a Cobra grande e outra do Boto contada por uma criança ribeirinha do rio Canaticu, em Curralinho na Ilha do Marajó. Nesse percurso, busco amparo nas leituras de Zumthor (1993) para entendermos as narrativas de tradição oral, Benjamin (1993) para (re) conhecermos nas crianças a figura de um narrador tradicional e Bachelard (2006) para discutirmos o imaginário.
This article seeks to fill a gap in academic production, given the scarcity of papers addressing the topic from the perspective of the children's narrator. However, for this, it is necessary the work of listening by this researcher. For that, I bring a narrative about the Cobra grande and another one of the Boto told by a riverside child of the river Canaticu, in Curralinho on the Marajó Island. Along this path, I seek support in the readings of Zumthor (1993) to understand the narratives of oral tradition, Benjamin (1993) to (re) know in children the figure of a traditional narrator and Bachelard (2006) to discuss the imaginary.