A sociedade brasileira é composta por uma pluralidade de religiões manifestadas pelos mais variados espaços. Todavia, algumas das chamadas religiões universais historicamente mostram-se engajadas nos debates de interesse público por meio de seus representantes, incluindo líderes de organizações religiosas e representantes eleitos, que despontam suas concepções teológicas, incidindo muitas vezes no prevalecimento de visões antagônicas à alteridade no cenário político e setores públicos, em detrimento às reivindicações que enfocam a dignidade da pessoa humana, esta que é uma exigência social constitucionalmente garantida e almejada na visão dos Direitos Humanos. Baseada nessa conjuntura e através de uma ligeira discussão bibliográfica a partir de trabalhos das áreas da Sociologia da Religião e Políticas Públicas, o presente texto objetiva refletir em políticas de ações afirmativas voltadas para a promoção do direito à livre garantia de crença – ou descrença – religiosa sem que tal escolha seja tida como critério de exclusão, considerando as configurações sociais e religiosas do Brasil que apontam forte influência do cristianismo. Propõe-se ao final da discussão a educação e o espaço escolar para efetivação dessas políticas.