O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas reflexões iniciais acerca das potencialidades e desafios do Buen Vivir (e dos movimentos políticos e sociais inspirados por ele) enquanto plataforma de construção de uma alternativa contra-hegemônica à ordem mundial neoliberal. A partir de uma metodologia essencialmente qualitativa, apresentamos um marco conceitual que permitiu analisar melhor essa questão, bem como um breve estudo dos casos da Bolívia e do Equador. Como conclusão, foi possível perceber que o Buen Vivir, enquanto plataforma política originada na cosmovisão dos povos indígenas andinos, consiste em um marco de contestação ao desenvolvimento conforme estabelecido pela ordem mundial hegemônica no atual estágio de globalização, de modo que pode ser considerado uma força contra-hegemônica. No entanto, algumas limitações nesse processo são identificadas, abrindo margens para um possível trabalho posterior que examine mais detalhadamente as possibilidades do Buen Vivir frente aos desafios que a ele se apresentam no cenário contemporâneo.