Neste artigo, desenvolvemos uma análise crítica do sistema de ensino no que tange às políticas universalizantes e os desafios para a educação escolar específica e diferenciada conquistada pelos povos indígenas. Na medida em que esses direitos específicos foram sendo alargados e tornados realidade, o Ministério da Educação criou diversos mecanismos que circulam na contramão, valorizando e exigindo conhecimento de saberes ditos universais. Como exemplo, tomamos os dados colhidos junto ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos à avaliação das escolas indígenas em Santa Catarina nos anos de 2011 e de 2013 e constatamos que as mesmas ficaram entre as piores colocações no estado. Buscamos, então, compreender a metodologia e a ideologia que orientaram as avaliações, do que percebemos que há a imposição de conteúdos e de práticas metodológicas. A avaliação, sem respeitar suas particularidades, segue sendo uma maneira de impor aos indígenas a integração à “nação” brasileira. A partir dos conceitos de colonialidade, concluímos que, ao persistir esse modelo de avaliação, as notas baixas servirão como formas de resistência.
In this article we develop a critical analysis of the education system in terms of universalizing policies and challenges for the specific and differentiated education, conquered by the indigenous peoples. To the extent that these specific rights have been extended reading and becoming reality, the Ministry of Education has created various mechanisms that circulate in the opposite direction, valuing and requiring knowledge of universal knowledges. As an example, we take the data collected by the Index of Development of Basic Education (Ideb)on evaluation of indigenous schools in Santa Catarina in 2011 and 2013 and found that they were among the worst placements in that state. We seek to understand the methodology and ideology that guide the evaluations. We realize that there is imposition of content and methodologies practices. The evaluation without respecting the particularities remains a way of imposing on indigenous integrating the “nation” Brazilian. From the concepts of colonialism, we conclude that to persist this evaluation model the low notes are forms of resistance.