Dentro de certas redes de sociabilidade homossexual, o adjetivo “poderosa” e frequentemente acionado como um marcador destinado a classificacao, hierarquizacao, comparacao, qualificação e representacao de idolos femininos admirados por homens homossexuais. Partindo de etnografia realizada em Belem (Para), este texto objetiva compreender quais as nocoes de poder articuladas por homens homossexuais – com identidade e performance de genero reconhecidas, por eles, como masculinas – para designar suas cantoras favoritas. Evidenciando que, na maioria dos discursos, esse “poder” das cantoras transcende predicados estritamente musicais e se revela inscrito na totalidade performatica de seus corpos, este artigo visa discutir acerca dos “poderes”, “perigos”, “centralidades” e “periferias” do corpo.