A presidenta Dilma Roussef, desde sua eleição, tem sofrido um cerco jurídico-midiático que visa destitui-la do cargo para o qual foi democraticamente eleita e que culminou com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da abertura do processo de impeachment em seu desfavor. Na esteira dos acontecimentos políticos, vê-se o crescimento da intolerância contra minorias em geral, que contraria o ideal de pluralismo político insculpido na Constituição da República. Mídia, judiciário e parlamento, atores principais da crise que imobiliza o país, não teriam a força que exibem se não contassem com o respaldo de amplas camadas da população, imbuídas de ideais conservadores. Não se deve, porém, analisar a atual conjuntura mediante um enfoque maniqueísta, mas sim por intermédio de uma atitude compreensiva, pautada pela interdisciplinaridade, capaz de revelar o quanto a ordem social, que tantos consideram imutável, é, com todas as suas injustiças e privilégios, socialmente produzida.
President Dilma Roussef, since his election, has undergone a legal-media siege that aims to depose her from the office to which he was democratically elected and which culminated in the adoption by the House of Representatives, the opening of impeachment to his disadvantage. In the wake of political events, we see the growth of intolerance against minorities in general, contrary to the ideal of political pluralism written in the Constitution. Media, judiciary and parliament, the main actors of the crisis that immobilizes the country, would not have the strength to display is not count on the support of broad sections of the population, imbued with conservative ideals. One should not, however, analyze the current situation through a manichean approach, but rather through a comprehensive approach, guided by interdisciplinary able to reveal how much the social order, which many consider immutable, it is, with all its injustices and privileges, socially produced.