REGATÕES E COMERCIANTES NA FRONTEIRA DO RIO ABUNÃ/AMAZÔNIA

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ISSN: 2446-6646
Editor Chefe: Josué da Costa Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Geografia

REGATÕES E COMERCIANTES NA FRONTEIRA DO RIO ABUNÃ/AMAZÔNIA

Ano: 2018 | Volume: 5 | Número: 1
Autores: José Rubisten da Silva
Autor Correspondente: José Rubisten da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Regatão, Fronteira, Abunã, Amazônia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, analisamos a ação dos regatões na fronteira do Brasil com a Bolívia, ao longo do rio Abunã e seus afluentes, nas décadas de 1910 a 1940. Esses agentes comerciais desenvolveram suas atividades no interior das unidades produtivas da economia da borracha, a partir das brechas deixadas pelo sistema de aviamento na Amazônia. Assim, para o desenvolvimento desse trabalho, realizamos levantamento bibliográfico de autores e obras que trataram do tema em questão, bem como, analisamos entrevistas orais realizadas com atores sociais que exerceram várias atividades nos seringais do vale do rio Abunã. O comércio da borracha definiu o padrão sócio-espacial do interior da Amazônia, enquanto que a presença dos regatões caracterizou-se como um novo componente (do complexo do seringal), peculiar na paisagem na região. Esses mascates fluviais, inicialmente, praticavam o escambo com os nativos da Amazônia, trocando bugigangas com produtos regionais. Essa realidade atraiu centenas de estrangeiros que desenvolveram o comércio de regateio na região. A grande extensão do vale do rio Abunã isolou os seringais, permitindo a ação dos regatões. Os vínculos comerciais eram múltiplos, onde parte dos regatões representavam as casas aviadoras de Belém e Manaus, ou trabalhavam por conta própria. Assim, os mascates itinerantes estabeleceram complexas relações comerciais com as populações ribeirinhas, tendo que enfrentar a oposição de vários seringalistas (e às vezes, da Igreja). Em outros casos, estavam a serviço de algum seringalista-comerciante regional. Alguns regatões estabeleceram relações comerciais clandestinas com seringueiros que violavam os regulamentos dos seringalistas A majoração das mercadorias garantia altos lucros aos mascates fluviais. No entanto, os mascates tiveram uma participação importante no contexto economia da borracha, pois, em suas pequenas embarcações desafiavam todas as adversidades geográficas para abastecerem os seringais, vilas e povoados na fronteira do Brasil com a Bolívia. Com a decadência da economia extrativista, o desenvolvimento das cidades e a construção de rodovias, esta atividade perdeu a importância na região.



Resumo Inglês:

In the present paper we examined the action of the river merchants on Brazil‟s border with Bolivia along with Abunã river, in the period from 1920 to 1940. These commercial agents have developed their business activities within the production units of the rubber from the gaps left by the dispensing system in the Amazon. Thus, for the development of this work, we made a bibliography research of authors and works that address the issue in question, as well as we analyzed oral interviews conducted with social actors who have had several activities in the rubber plantations in the region of Abunã river. The rubber trade has set the standard social space in the interior of the Amazon, while the presence of the river merchants were characterized as a new component in the peculiarity of the region. Initially these peddlers river practiced a barter trade with the natives of the Amazon, exchanging trinkets for regional products. This reality has attracted hundreds of foreigners who have developed a bargain trade in the region. The vast Abunã river valley has isolated the seringais, allowing the action of the river merchants. The trading bonds were multiples, and part of the river merchants represented the dispensing houses in Belém and Manaus, or were self-employed. Thus, the itinerant peddlers established complex trade relations with the population who lived near the river, facing, this way, the seringalistas‟s opposition. In some cases they were in charge of a regional seringalista‟s trade. Some river merchants established a clandestine trade relation with the rubber tappers who used to break the seringalistas‟s regulations. The majority of goods guaranteed to the river merchants a high profit. However, the peddlers had an important role within the rubber economy, because in their small boats they defied all the geographic difficulties to fill up towns and villages on the border between Brazil and Bolivia. With the decline of extractive economy and with the cities development, this activity diminished in importance along the region.



Resumo Espanhol:

En este artículo, analizamos la acción de los regatones en la frontera de Brasil con Bolivia, a lo largo del río Abunã y sus afluentes, en las décadas de 1910 a 1940. Estos agentes comerciales desarrollaron sus actividades en el interior de las unidades productivas de la economía del caucho, a partir de las brechas dejadas por el sistema de aviado en la Amazonia. Así, para el desarrollo de ese trabajo, realizamos levantamiento bibliográfico de autores y obras que trataron del tema en cuestión, así como, analizamos entrevistas orales realizadas con actores sociales que ejercieron varias actividades en los seringales del valle del río Abunã. El comercio del caucho definió el patrón socio-espacial del interior de la Amazonia, mientras que la presencia de los regatones se caracterizó como un nuevo componente (del complejo del seringal), peculiar en el paisaje en la región. Estos mascates fluviales, inicialmente, practicaban el escambo con los nativos de la Amazonia, intercambiando baratijas con productos regionales. Esta realidad atrajo a cientos de extranjeros que desarrollaron el comercio de regateo en la región. La gran extensión del valle del río Abunã aisló los seringales, permitiendo la acción de los regatones. Los vínculos comerciales eran múltiples, donde parte de los regatones representaban las casas aviadoras de Belém y Manaus, o trabajaban por cuenta propia. Así, las masas itinerantes establecieron complejas relaciones comerciales con las poblaciones ribereñas, teniendo que enfrentarse a la oposición de varios seringalistas (ya veces de la Iglesia). En otros casos, estaban al servicio de algún seringalista-comerciante regional. Algunos regatones establecieron relaciones comerciales clandestinas con caucheros que violaban los reglamentos de los seringalistas El incremento de las mercancías garantizaba altos beneficios a los mascatas fluviales. Sin embargo, los mascates tuvieron una participación importante en el contexto económico del caucho, pues, en sus pequeñas embarcaciones desafiaban todas las adversidades geográficas para abastecer los seringales, villas y pueblos en la frontera de Brasil con Bolivia. Con la decadencia de la economía extractivista, el desarrollo de las ciudades y la construcción de carreteras, esta actividad perdió la importancia en la región.