Este artigo apresenta resultados parciais de uma pesquisa em desenvolvimento. Tem por objetivo compreender se a educação formal ofertada e vivenciada no contexto de uma penitenciária feminina contribui para a formação humana integral, considerando que a alteridade pode ser a dimensão maior deste processo. Neste texto problematizamos a situação dos sujeitos em privação de liberdade e a violência social enquanto reflexo da fragilidade de políticas públicas de bem-estar e proteção social que não contemplam a situação de vida dos segmentos sociais pertencentes aos extratos mais pobres da população brasileira. Em sequência, abordamos a importância das ideias de Emmanuel Lévinas para subsidiar a proposta de uma educação valorizadora do ser humano em seus múltiplos aspectos, assim como, apresentamos alguns relatos e percepções de seis mulheres, participantes da pesquisa, em relação a educação desenvolvida no contexto prisional. Os relatos foram extraídos de parte das entrevistas, demonstram em suas narrativas que as experiências educacionais são ambivalentes: por um lado, é marcadamente tecnicista, porém, nas intersecções dos conteúdos programáticos é possível perceber mudanças sutis nas formas de convivência e de abertura para o outro.
This article presents partial results from a research in development. It aims to understand if the formal education offered and experienced in the context of a female penitentiary contributes to the integral human formation, considering that otherness may be the major dimension of this process. In this text, we problematize the situation of the subjects in deprivation of liberty and social violence as a reflection of the fragility of public policies of welfare and social protection that do not contemplate the life situation of the social segments belonging to the poorest extracts of the Brazilian population. In a sequel, we discuss the importance of Emmanuel Lévinas' ideas to subsidize the proposal of an education that values the human being in its multiple aspects. We also present some reports and perceptions of six women, participants of the research, in relation to the education developed in the context Prison. The reports were extracted from interviews, and their narratives show that the educational experiences are ambivalent: on the one hand, it is markedly technical, but at the intersections of the programmatic contents, it is possible to perceive subtle changes in the forms of coexistence and openness to the other.