Nos anos recentes a análise geográfica sobre os movimentos sociais tem enfatizado ainfluência que tem os conceitos, as experiências vividas e as percepções do espaço dasprotagonistas no surgimento da ação coletiva. Tanto as abordagens culturais dos movimentossociais na América Latina como a investigação feminista tem revelado que a ação coletiva émoldada por suas com concepções que levam em conta os desafios institucionais e sociais,que estão enraizados na cultura autoritária e patriarcal que prevalece em suas sociedades. Paratanto, este artigo combina as abordagens geográficas e culturais dos movimentos sociais,assim como as teorias feministas transnacionais para analisar a mobilização por direitoshumanos das mulheres em Honduras logo após o golpe de Estado em 2009. Investiga comoum grupo de ativistas urbanas e ruraus que incluem feministas, mulheres rurais, lideres estudantis e comunitárias adotaram discursos e práticas dos direitos humanos para responderao golpe. O artigo está baseado em entrevistas e discussões em grupos focais, sugerindo emum primeiro momento que os protestos em resposta ao golpe moldaram os imagináriosespaciais das entrevistadas, considerando particularmente a maneira na qual os imagináriosespaciais das feministas urbanas se fundiram com aqueles das mulheres rurais sob o marcocoletivo dos direitos humanos. Em segundo lugar, este estudo demonstra que a identidadecoletiva como mulheres defensoras dos direitos humanos foi crucial para o surgimento da açãocoletiva, também dando passo para a consolidação de uma rede nacional. Este estudo de casocontribui para as investigações sobre a ação coletiva das mulheres para negociar os direitosdas mulheres, os direitos humanos e a justiça social nos processos políticos em movimento.