Constituição da Identidade do Sujeito Transgênero: Complexidade e Designação

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Constituição da Identidade do Sujeito Transgênero: Complexidade e Designação

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 28
Autores: Dina Maria Martins Ferreira
Autor Correspondente: D. M. M. Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: identidade, transgênero, designação, complexidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo busca discutir a constituição da identidade do sujeito transgênero pelo processo designativo. No percurso analítico, parte-se da noção da linguagem humana em Walter Benjamin (1992), perguntando a “que se comunica a linguagem” e sobre sua força designativa. Chega-se a Frege (1980) e Rajagopalan (2004), apresentando, respectivamente, a metáfora do telescópio, em que o referente está na primeira lente e o sentido na seguinte, e o referente como um elemento extralinguístico. Trata-se de uma discussão de como o processo designativo constitui a identidade do sujeito. Pela teoria da complexidade de Edgar Morin (2006), verifica-se que o paradigma simplificador não dá conta das problemáticas nomeadoras, pois apenas a complexidade abre as portas de uma possível visão sobre a designação identitária de gênero, ou seja, entramos no universo da incerteza. Talvez pela complexidade possa-se entender a possibilidade de configurar pela designação a identidade de um transgênero masculino gestando um filho biológico, dando supremacia a sua genitália feminina. E aí passamos a indagar se na mudança de papéis ‒ de transgênero masculino que utiliza sua anatomia feminina para realizar o desejo de maternidade ‒ ainda pode ter a identidade de transgênero masculino.



Resumo Inglês:

This article seeks to discuss the constitution of the identity of the transgender subject by the designation process. In the analytical course, we start with the notion of human language in Walter Benjamin (1992), asking "what communicates language" and its designative force. We arrive at Frege (1980) and Rajagopalan (2004), presenting, respectively, the metaphor of the telescope, in which the referent is in the first lens and the direction in the next one, and the referent as an extralinguistic element. It is a discussion of how the designative process constitutes the identity of the subject. According to Edgar Morin's theory of complexity (2011a), it can be seen that the simplifying paradigm does not account for problematic naming, since only complexity opens the door to a possible vision about the identity designation of gender, that is, we enter into the universe of uncertainty. Perhaps because of the complexity one can understand the possibility of designating the identity of a male transgender gestating a biological child, giving supremacy to his female genitalia. And then we ask whether in the change of roles ‒ male transgender that uses its female anatomy to fulfill the desire for motherhood ‒ can still have male transgender identity.



Resumo Espanhol:

Este artículo busca discutir la constitución de la identidad del sujeto transgénero por el proceso designativo. En el curso analítico, se parte de la noción del lenguaje humano en Walter Benjamin (1992), preguntando la "que se comunica el lenguaje" y sobre su fuerza designativa. Se llega a Frege (1980) y Rajagopalan (2004), presentando, respectivamente, la metáfora del telescopio, en que el referente está en la primera lente y el sentido en la siguiente, y el referente como un elemento extralinguístico. Se trata de una discusión de cómo el proceso de designación construye la identidad del sujeto. Por la teoría de la complejidad de Edgar Morin (2006), se verifica que el paradigma simplificador no da cuenta de las problemáticas nombradoras, pues sólo la complejidad abre las puertas de una posible visión sobre la designación identitaria de género, o sea, entramos en el universo de la " incertidumbre. Tal vez por la complejidad se pueda entender la posibilidad de configurar por la designación la identidad de un transgénero masculino gestando un hijo biológico, dando supremacía a su genitales femeninos. Y ahí pasamos a indagar si en el cambio de papeles ‒ de transgénero masculino que utiliza su anatomía femenina para realizar el deseo de maternidad ‒ todavía puede tener la identidad de transgénero masculino.