O objetivo deste artigo é problematizar as representações de exclusão e resistência construídas pela população em situação de rua no seio das instituições família e trabalho com o intuito de rastrear as convergências e divergências presentes das formações discursivas, ainda discutir subjetividades desses sujeitos que reconhecem nesse espaço-rua, um lugar comum. Pretendemos também, interpretar os processos de identificação (des)estabelecidos pelos sujeitos em situação de rua de Três Lagoas, supondo que esses revelem traços de sua identidade e dos respectivos percursos históricos e ideológicos. Inscrito no viés discursivo da Análise do Discurso Francesa, com base no método arqueogenealógico foucaultiano, a pesquisa constituiu-se na gravação e análise dos relatos da população em situação de rua. Fundamentamo-nos, especialmente, nos pressupostos teóricos de Foucault (1979; 1988; 2006) e Coracini (2007; 2010). Os resultados indicam que a população de rua resiste e assujeita-se à exclusão social, o que assinala o paradoxo desse estar entre-lugares. Os discursos confrontam-se constantemente e desvelam identidades cindidas entre a resistência e o desejo de integração.
The objective of this article is to problematize the representations of exclusion and resistance constructed by the homeless population within the family and work institutions in order to trace the present convergences and divergences of the discursive formations, and to discuss the subjectivities of those individuals who recognize this street space as an ordinary place. We also intend to interpret the identification processes (des) established by the homeless subjects of Três Lagoas, assuming that these reveal traces of their identity and the respective historical and ideological paths. Inscribed in the discursive bias of the French Discourse Analysis, based on the foucaultiana archaeological method, the research constituted the recording and analysis of the reports of the homeless population. We based ourselves especially on the theoretical assumptions of Foucault (1979, 1988, 2006) and Coracini (2007, 2010). The results indicate that this homeless population is resistant to social exclusion, which marks the paradox of being between places. Discourses constantly confront each other and reveal disjointed identities between resistance and the desire for integration.
El objetivo de este artículo es problematizar las representaciones de exclusión y resistencia construidas por la población en situación de calle dentro de las instituciones familiares y de trabajo con el objetivo de rastrear las convergencias y divergencias presentes de las formaciones discursivas, aún discutir subjetividades de esos sujetos que reconocen en ese espacio- calle, un lugar común. También pretendemos interpretar los procesos de identificación (des) establecidos por los sujetos en situación de calle de Três Lagoas, suponiendo que éstos revelan rasgos de su identidad y de los respectivos recorridos históricos e ideológicos. En el análisis de los relatos de la población en situación de calle, inscrito en el sesgo discursivo del Análisis del Discurso Francés, con base en el método arqueogenealógico foucaultiano, la investigación se constituyó en la grabación y análisis de los relatos de la población en situación de calle, se fundamenta en los presupuestos teóricos de Foucault (1979, 1988, 2006) y Coracini (2007; 2010. Los resultados indican que la población de calle se resiste y se asocia a la exclusión social, lo que señala la paradoja de ese estar entre-lugares. Los discursos se enfrentan constantemente y desvelan identidades escindidas entre la resistencia y el deseo de integración.