Experiência Pura e Intuição no Diálogo Filosófico Ocidente-Oriente

Revista Brasileira de Filosofia da Religião

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ISSN: 2358-8284
Editor Chefe: CECILIA CINTRA CAVALEIRO DE MACEDO
Início Publicação: 19/09/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Experiência Pura e Intuição no Diálogo Filosófico Ocidente-Oriente

Ano: 2018 | Volume: 5 | Número: 2
Autores: Cecilia Cintra Cavaleiro de Macedo
Autor Correspondente: Cavaleiro de Macedo, C. | [email protected]

Palavras-chave: Experiência Pura, Intuição, Nishida, William James, Bergson

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este pequeno artigo pretende abordar como a proposição de certas  categorias  da  filosofia  contemporânea  da  religião  enquanto conceitos-chave  podem  contribuir  para  a  construção  de  uma  ponte entre o pensamento Ocidental e Oriental, os quais são normalmente contrapostos a partir de características atribuídas a cada um deles, e que   representariam contradições.   Ao   mesmo   tempo   em   que   a oposição  é  reforçada  por  teólogos  e  filósofos,  é  plenamente  aceito que,  entre  os  pensadores  mais  místicos  estas  diferenças  importam muito pouco, como se pode ver, pelo interesse despertado pela obra de Eckhart entre os filósofos vinculados ao Zen Budismo na Escola de Kyoto.  Embora algumas das características ditas Orientais sejam compartilhadas  por  escolas  filosóficas  de  orientação  Neoplatônica, conforme Nishida, nada mais distante do caminho do zen budismo do que a transcendência absoluta plotiniana. Nesse contexto, propomos que  os  aspectos  mais  práticos  e  diretos  e  menos  propriamente doutrinários  são  aqueles  que  podem  proporcionar  um  diálogo  real. Tais  aspectos  passam  a  figurar  como  fundamentais  em  algumas propostas  filosóficas  contemporâneas  que  erigem  suas  doutrinas  a partir  de  conceitos  baseados  na  experiência  direta.  Dentre  estes, elegemos para este estudo a “experiência pura” tal como apresentada por  William  James  e  a  “Intuição”  tal  como  proposta  por  Henri Bergson.



Resumo Inglês:

This short article intends to approach how the proposition of  certain  categories  of  contemporary philosophy of  religion  as  key concepts  can  contribute  to  the  construction  of  a  bridge  between Western  and  Eastern  thought,  which  are  usually  opposed  based  on characteristics  attributed  to  each  of  them, and that  would  represent contradictions. While the opposition is reinforced by theologians and philosophers,  it  is  fully  accepted  that,  among  the  most  mystical thinkers,  these  differences  matter  very  little,  as  can  be  seen,  by  the interest aroused in Eckhart's work among philosophers linked to Zen Buddhism in Kyoto School. Although some of the so-called Eastern characteristics  are  shared  by  philosophical  schools  of  Neoplatonic orientation, according to Nishida, nothing is further from the path of Zen  Buddhism  than  the  absolute  Plotinian  transcendence.  In  this context,  we  propose  that  the  most  practical  and  direct  and  less properly doctrinal aspects are those that can provide a real dialogue. Such aspects come to appear as fundamental in some contemporary philosophical proposals that build their doctrines from concepts based on direct experience. Among these, we chose for this study the “pure experience” as presented by William James and the “Intuition” as proposed by Henri Bergson.