Ego contra mundum: a Bíblia como base para o romance em Robinson Crusoé

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Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Ego contra mundum: a Bíblia como base para o romance em Robinson Crusoé

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 26
Autores: Raphael Valim da Mota Silva, Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos
Autor Correspondente: R. V. da M. Silva, S. G. T. Vasconcelos | [email protected]

Palavras-chave: literatura inglesa, Daniel Defoe, Bíblia, romance

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Daniel Defoe, na condição de um dos autores fundadores do gênero romance, apresentou em Robinson Crusoé (1719) uma construção ficcional inovadora. Representante de uma tendência formal que logo se tornaria hegemônica no âmbito da prosa de ficção, o seu romance não deixa de dialogar com outros textos antigos e, ainda assim, representativos de sua época, entre os quais se destaca o texto bíblico. O recorte temático construído pelo autor faz com que a Bíblia seja elemento imprescindível para a interpretação do romance, instigando assim a reflexão acerca dos paralelos existentes entre os dois textos. À vista disso, o presente artigo investiga os elos e as diferenças entre romance e texto bíblico a partir da análise dos temas e da configuração formal de Robinson Crusoé. Há de se perceber que o primeiro romance da tradição britânica apresenta um impasse entre a individualidade característica de uma era em ascensão — a era burguesa, própria do romance — e a visão de mundo romanesca — ou ainda teocêntrica — dos tempos antigos.



Resumo Inglês:

Daniel Defoe, as one of the founders of the novel, developed in Robinson Crusoe (1719) an innovative fictional construction. Representative of a formal tendency that soon became hegemonic in the scope of fiction prose, Defoe’s novel still relates to other ancient texts that yet are representative of his time, among which the biblical text stands out. The author’s thematic scope makes the Bible an indispensable element for the interpretation of the novel, thus instigating the reflection on the parallels between the two textual genres. Thus, the present article investigates the similarities and differences between Bible and novel by the analysis of the themes and the formal configuration of Robinson Crusoe. It should be noted that the first novel of the British tradition establishes an impasse between the characteristic individuality of a rising age — the bourgeois era, proper to the novel — and the romance — or still theocentric — worldview of ancient times.