O artigo propõe pensar a vida de Manoel de Barros desde a perspectiva de uma biografia que se desconstrói. O poeta utiliza como método desbiografar-se concedendo ao leitor infinitas possibilidades de escrever a própria história através da poesia e de uma lógica desconstrutiva, inventiva e não-linear. A desbiografia do poeta inclui o paradoxo sempre presente do ser e do não ser, do acontecer e do abandonar, das belezas e das tragédias que envolvem a vida humana, somado aos avessos, aos reveses e ao que está ao contrário. De maneira irrefutável, no legado que Barros deixou, a sensibilidade é substância, a matéria-prima de seu projeto estético e também ético, tendo em vista a sua preocupação com o destino do homem.
The article proposes to think about the life of Manoel de Barros since the perspective of a biography that is deconstructed. The poet uses as a method the debiography to become a writer, giving the reader infinite possibilities of writing his own history through poetry and a deconstructive, inventive and non-linear logic. The debiography of the poet includes the ever-present paradox of being and not-being, of happening and abandoning, of the beauties and tragedies that involve human life, together with aversions, setbacks and the reverse. In an irrefutable way, in the legacy that Barros left, sensitivity is the substance, the raw material of his aesthetic and also ethical project, in view of his preoccupation with the destiny of man.