A institucionalização da escola primária no século XIX pautava-se pelas tentativas de consolidar o letramento tendo a defesa do projeto de civilização e progresso social. Legislação e outros documentos oficiais funcionavam como mediadores na edificação de costumes e hábitos que visavam a formação intelectual e moral do povo definindo regras sobre o aprendizado da escrita, leitura e operações matemáticas. Pretende-se apresentar prescrições para as aulas de primeiras letras e ações de sujeitos envolvidos nos processos de escolarização na Parahyba do Norte. A fim de analisar como alunos pobres vivenciaram a instrução numa sociedade elitista e escravocrata, analisaram-se relatórios da instrução pública e de presidentes da província, legislação e documentos diversos. Conclui-se que aprender a ler e escrever foram habilidades acessadas também por sujeitos pobres, que via inserção no universo escolar buscavam atingir o comportamento desejado e a acomodação em diferentes espaços da sociedade.