Este trabalho analisa o romance Zero, de Ignácio de Loyola Brandão, tendo como foco principal a fragmentação do personagem principal José. A fragmentação do sujeito é vista como um fenômeno de ordem sócio-econômica e histórica calcado em aspectos da modernidade e, no contexto brasileiro, quando o livro foi escrito e publicado, acrescido da influência exercida pelo regime de exceção implantado pelo golpe de 1964. Leva-se em conta na análise também as conseqüências desses fatores na constituição fragmentada do próprio escritor e, por extensão, da narrativa brasileira pós-64.
This paper analyses the Ignácio de Loyola Brandão’s novel Zero, focusing on the fragmentation state of the main character José. The fragmentation of the individual is viewed as a social, economical and historical phenomenon based on aspects of modernity and, considering the Brazilian context when the novel was conceived and published, also the influence of the repressive military government that overtook the power by a coup d’etat in 1964. In this analysis, the consequences of these factors are also taken into account as they are responsible for the fragmentation of the writer and, by extension, of the post-64 Brazilian narrative.