Os leigos e a administração do sagrado: o irmão Lourenço de N. Sr.ª e a Irmandade Nossa Senhora Mãe dos Homens – Minas Gerais, século XVIII

Ano: 2015 | Volume: 21 | Número: 2

Autores: Célia Maia Borges

Palavras-chave: lourenço de nossa senhora, caraça, irmandade n. srª mãe dos homens

Resumo Português:

O português Lourenço de Nossa Senhora na segunda metade do século XVIII escolheu o alto da Serra do Caraça, no interior de Minas, para isolar-se dos homens e erigir um eremitério. Lá edificou um santuário e uma casa ao estilo conventual e, mais tarde, constituiu com os colegas que o acompanharam uma irmandade. Com as licenças necessárias que obteve para formar uma associação religiosa, ele legalizou a instituição e administrou os bens sagrados. A proposta da presente comunicação visa refletir sobre as orientações espirituais de Lourenço que o levaram a buscar uma vida contemplativa, bem como o fato de ter encontrado na formação da Irmandade N. Srª Mãe dos Homens uma estratégia nuclear com a qual conseguiu garantir a sobrevivência da organização e responder a uma situação de controle imposta por Portugal e pela Igreja, que interpunham interditos à administração do sagrado pelos leigos.

Resumo Inglês:

The Portuguese Lourenço de Nossa Senhora, in the second half of the eighteenth century, chose the top of Serra do Caraça, in Minas Gerais, Brazil, to isolate himself from men and to erect a hermitage. There he built a shrine and a house in a monastic style, and, later, founded a brotherhood with his fellow men who had accompanied him. With the necessary licenses obtained to form a religious association, he legalized the institution and administered all sacred assets. The purpose of this Communication is to reflect upon the spiritual guidance provided by Lourenço, which led him to pursue a contemplative life. Moreover, he found in the formation of the Brotherhood Nossa Senhora Mãe dos Homens (literally, Our Lady Mother of Men) a nuclear strategy to ensure the survival of the organization and to be able to answer to Portugal and the Church’s controlling imposition that prohibited the administration of the sacred by lay man.