The battle of images: Appropriations of the portuguese cinema dictatorship

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

The battle of images: Appropriations of the portuguese cinema dictatorship

Ano: 2015 | Volume: 11 | Número: 20
Autores: Susana Guerra
Autor Correspondente: S. Guerra | [email protected]

Palavras-chave: testemunho, repressão, memória, cinema, imagem.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Imediatamente a seguir à revolução dos cravos (ou ao mesmo tempo que a revolução tinha lugar, em alguns casos), o cinema português releu, criticou e desconstruiu as imagens existentes do Estado Novo. Essa ressignificação das imagens da ditadura mais longa da Europa contemplava entre outras coisas: 1) a crítica do estado corporativista e das intervenções militares no ultramar pelo cinema militante, que a seguir à revolução procurou fazer do cinema uma arma de combate (Scenes from the Class Struggle in Portugal (1976), Bom Povo Português (1981), etc.); 2) as tentativas de dar um sentido às memórias traumáticas da ditadura e da guerra colonial que, a partir da década de 90, dão o tom à ficção cinematográfica mainstream (A Costa dos Murmúrios (2004), Capitães de Abril (2000), etc.); e 3) a suspensão das narrativas fechadas e das imagens consensuais pelos documentários que, nos últimos anos, trabalharam os arquivos visuais da ditadura e os testemunhos da resistência, tornando impossível qualquer relato justificador ou apaziguador (Fantasia Lusitana (2010), Natureza Morta (2005), 48 (2009), etc.). Noutras palavras, a intensidade e complexidade da batalha, ao mesmo tempo política e imagética, que no cinema português teve lugar nas últimas décadas, em ordem a apropriar-se do passado para atuar sobre o presente, não deixa de afirmar o caráter aberto e inconcluso da nossa história. O presente trabalho pretende simplesmente colocar essa batalha em perspectiva, dando conta do alcance e dos limites da imagem cinematográfica para tomar partido, fazer sentido ou exercer a reserva crítica.



Resumo Inglês:

Right after the Carnation Revolution (or even simultaneously) Portuguese cinema revisited, deconstructing at the same time, the remaining images of Portuguese Estado Novo. That ended up giving a new meaning to these images from the longest European dictatorship, considering some points such as: 1) the critic of corporative state and its military interventions in the Ultramar through militant cinema, which after the revolution tried to use cinema as a tool to fight (Scenes from the Class Struggle in Portugal (1976), Bom Povo Português (1981), etc.); 2) the efforts that tried to give a sense to traumatic memories of dictatorship and war, which since the 90’s, provides the tone to mainstream films (A Costa dos Murmúrios (2004), Capitães de Abril (2000), etc.); and 3) the suspension of closed narratives and consensus images provided by documentaries that worked the dictatorship visual archives as well as its testimonies of resistance, in a way that turned any justifier account to became impossible (Fantasia Lusitana (2010), Natureza Morta-Still LIfe (2005), 48 (2009), etc.). The complexity of this battle, being political as well as imagetic, took place in Portuguese cinema in the last decades, in order to appropriate the past to work over the present, not without claim the open and unfinished character of our history. This paper merely aims to put this battle into perspective, taking account of both the extent and limitations brought by the cinematographic image, in order to take sides, to make sense or to practice critical exemption.