Este trabalho tem por objetivo demonstrar como a recepção crítica da obra literária de Florbela Espanca e de Judith Teixeira terá sido influenciada por alguns preconceitos. Chamaremos a atenção para determinados estereótipos sociais que terão exacerbado um certo retrato caricatural das autoras perante o contexto social e literário de então, e ajudaram a criar alguns ―mitos‖, na sua maior parte deprestigiantes, em torno não apenas de suas obras, mas também de suas personalidades. O que acarretou alguma incongruência na análise e interpretação de suas obras, impedindo a justa valorização de suas produções literárias durante vários anos. Apresentaremos algumas das principais características presentes em seus discursos líricos sob um novo olhar, buscando demonstrar que as autoras, na verdade, assumem uma imagem arquetípica, na perspectiva das teorias junguianas: a das femmes fatales. Ressignificando essa imagem, libertando-a de qualquer opressão com um discurso erótico de tom quase místico, ambas as poetisas, com as suas particularidades e diferenças, foram precursoras no ―gênero‖ na literatura portuguesa, merecendo e carecendo ainda de uma interpretação isenta de preconceitos.
This work aims to demonstrate how the critical reception of Florbela Espanca and Judith Teixeira literary works have been influenced by some prejudices. We will call your attention to certain social stereotypes that have exacerbated the importance of some characteristics face to the contemporary social and literary contexts, and helped to create some ―myths‖, mostly discrediting not only their works, but also their personalities. What caused several problems in analysis and interpretation of his works by preventing its fair valuation for several years. ...Through theoretical framework... we will present some of the main features on their lyrical speeches under a new point of view, seeking to demonstrate that the authors actually take an archetypal image, on jungian theories perspective: the femmes fatales. Resignifying this image, freeing it from oppression, through an erotic discourse with a mystical tune, both poetesses, with their particularities and differences, were forerunners of the genre in the Portuguese literature, deserving a still failling interpretation free of prejudices.
