Este artigo apresenta uma análise do deslocamento espacial de um pequeno grupo de indígenas Terena oriundo de aldeias no interior de Mato Grosso do Sul para um bairro periférico da capital daquele estado - Campo Grande -, chamado Jardim Inápolis, e também investiga estratégias de adaptação ao novo ambiente que incluem a manutenção de redes de parentesco e compadrio que vinculam pessoas dentro desse grupo de acordo com padrões tradicionais da etnia. Ao final, percebe-se nesse caso a manutenção de práticas tradicionais de organização sócio-espacial e relações de parentesco típicas dos Terena adaptada ao contexto urbano e a emergência de um processo de territorialização fortalecido por elaborações e ressignificações culturais que operam como marcadores da identidade étnica.
This article presents an analysis of the spatial displacement of a small group of Terena indigenous people from villages in the interior of Mato Grosso do Sul to a peripheral neighborhood of the capital of that state - Campo Grande -, called the borough of Jardim Inápolis, and also investigates strategies for adaptation to the new environment that include the maintenance of kinship and cronyism networks that link people within that group according to traditional ethnic patterns. In the end, it is perceived in this case the maintenance of traditional practices of socio-spatial organization and kinship relations typical of Terena adapted to the urban context and the emergence of a process of territorialization strengthened by elaborations and cultural resignifications that operate as markers of ethnic identity .