O objetivo deste trabalho é analisar o poeta goianobrasiliense José Godoy Garcia a partir da relação entre uma poética preta-e-branca e elementos da cultura negra, popular e cotidiana. Sua trajetória é marcada pelo intercurso entre o centro do país e suas características sertanejas, cerradeiras e as transformações a partir da fundação de Brasília. Definições de belo entoaram um canto geral centroestino e suas fábulas de recriação do cerrado alicerçaram um sentido histórico da produção fora do cânone, cuja cartografia foi traçada pela experiência do suor derramado – na terra, pelas mãos do trabalhador; no papel, pelas mãos do poeta. Ligado ao homem do povo, sua visão lhe permitiu uma análise profunda das migrações existenciais e sociais e sua poesia (1948-1999) abordou as necessidades urgentes do indivíduo, os aspectos efêmeros do cotidiano e, neste caso específico de análise, a presença do negro em condições precárias de pobreza material, mas nunca de existência.
This work intends to analyze the poet José Godoy Garcia, born in Goiás and grown in Brasília, from the relation between a blackand-white poetic and elements from the Afro-American, popular an ordinary culture. Garcia’s trajectory is flagged by the interrelations between the center of the country with genuine characteristics and its transformations since Brasília’s foundation. Definitions of beauty made a general song from Centro-Oeste, recreating cerrado’s legends, which has based a historical sense to the production created out of the canon, this one developed by the experience of sweat poured – in the floor, by workers; in the paper, by poets. As a popular man, his vision allowed him to make deep analyses of socials and humans migrations and his work (1948-1999) showed the more urgent man’s necessities, the ordinary aspects of real life and, in this specific article, the presence of the Afro-American in poor material conditions, but never poor conditions of existing.