Este artigo tem por base um estudo que foi feito sobre as novas comunidades de aprendizagem que estão surgindo em espaços públicos em rede – mais especificamente, a plataforma de sites de perguntas e respostas Stack Exchange, em comparação com os espaços virtuais mais tradicionais que são os ambientes virtuais de aprendizagem - AVA. Foi realizada uma pesquisa etnográfica por meio de observação participante sobre algumas comunidades da plataforma Stack Exchange, particularmente a do site Stack Overflow em Português (site sobre programação de computadores) e a do site “Portuguese Language”. Um dos pesquisadores foi usuário desses sites por um ano, fazendo as observações e anotações necessárias sobre as respectivas comunidades, sobre os seus padrões de identidade, como os usuários participam, de que forma o conhecimento é construído e como todas essas atividades se diferenciam do que acontece normalmente nos AVA. Este é um objeto de pesquisa ainda relativamente novo, sobre o qual não se produziram muitos estudos. Além de relatar a experiência da participação em comunidades virtuais de aprendizagem, a importância de estudos semelhantes a esse pode vir das questões que essas experiências suscitam. Concluímos que as comunidades públicas de aprendizagem têm eficácia pedagógica e se aproximam, conscientemente ou não, da concepção de participação periférica legitimada, estudada por Lave e Wenger. O trabalho pode também trazer o leitor às diversas dimensões humanas dos fenômenos analisados, motivando estudos futuros.
This article is based on a study of the new learning communities emerging in networked public spaces - more specifically, the Stack Exchange Q&A platform, compared to the more traditional virtual spaces that are virtual learning environments - VLEs. An ethnographic survey was conducted through participant observation of some Stack Exchange platform communities, particularly the Stack Overflow in Portuguese site and the Portuguese Language site. One of the researchers was a user of these sites for a year, making the necessary observations and notes about their communities, their identity patterns, how users participate, how knowledge is built, and how all these activities differ from what usually happens on VLEs. This is a relatively new research object, on which not many studies have been produced. In addition to reporting on the experience of participating in virtual learning communities, the importance of such studies can come from the issues these experiences raise. We conclude that public learning communities have pedagogical effectiveness, and are related, consciously or not, to the concept of legitimate peripheral participation, studied by Lave and Wenger. The work can also bring the reader to the diverse human dimensions of the analyzed phenomena, motivating future studies.