Este artigo se propõe analisar como o autor Eugene D. Genovese no seu livro Roll, Jordan, Roll, utilizou o cristianismo dos escravos nos Estados Unidos como base de seu argumento de que eles conseguiram construir uma autonomia – econômica, política e mesmo intelectual – e lutar por ela. Assim, o autor, em diálogo com a renovação marxista de seu tempo, principalmente dos autores ingleses Eric Hobsbawm, Edward Palmer Thompson e Christophen Hill, pretendeu combater um marxismo ortodoxo, que em suas palavras, vitimizava os trabalhadores como um todo e, para os Estados Unidos, os escravos em especial. A tradição cristã se torna então justamente uma arma de combate utilizada pelos escravos, discordando de que o cristianismo transformaria os escravos em Sambos. Outrossim, também se analisa neste artigo a possibilidade de diálogo entre Brasil e Estados Unidos quanto ao modo de apropriação do cristianismo entre os escravos rurais.
This article proposes to examine how the author Eugene D. Genovese in his book, Roll Jordan Roll, used the Christianity of the slaves in the United States as a basis for their argument that they managed to build an autonomy - economic, political and even intellectual - and fight for it. Thus, the author, in dialogue with the Marxist renewal of his time, mainly from English authors Eric Hobsbawm, and Edward Palmer Thompson Christophen Hill, wanted to fight an orthodox Marxism, which in his words, victimize the workers as a whole and for United States, slaves in particular. The Christian tradition then becomes just a combat weapon used by the slaves, disagreeing that Christianity become slaves in Sambo. Furthermore, this article also examines the possibility of dialogue between Brazil and the United States regarding the mode of appropriation of Christianity among the rural slaves.