As literaturas africanas de língua portuguesa são marcadas por uma complexa rede de relações que vão desde os intertextos com a tradição oral até os contatos com literaturas em outras (LEITE, 2012). Buscam a identidade como forma de re-conheciemento do ser africano, marcado pelos contatos com outras culturas. Trata-se, na verdade, de um universo híbrido que evidencia tensões e alcança outros níveis, como histórico, cultural, social, todos eles potencializados nos textos literários, garantindo compreender os mecanismos que operam entre a literatura e a sociedade. Discutir como as personagens do romance “A confissão da leoa”, de Mia Couto, se colocam entre a preservação e a transitoriedade de suas culturas, sob a referência dos modelos culturais estrangeiros e dos processos de globalização, é o objetivo deste trabalho.