Dendê: com a África à boca

Revista Brasileira de Gastronomia

Endereço:
Rua Felipe Schmidt - 785 - Centro
Florianópolis / SC
88010-002
Site: http://rbg.sc.senac.br/index.php/gastronomia
Telefone: (48) 3251-0585
ISSN: 2595-5373
Editor Chefe: Nathalia Bernardinetti e Jorge Moisés Kroll do Prado
Início Publicação: 25/07/2018
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciência e Tecnologia de Alimentos, Área de Estudo: Nutrição, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Dendê: com a África à boca

Ano: 2018 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Raul Lody
Autor Correspondente: Raul Lody | [email protected]

Palavras-chave: patrimônio cultural gastronômico, religiosidade, identidade cultural

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo fundamenta-se nas pesquisas de campo que realizei no Brasil e em países africanos. As pesquisas formam uma base etnográfica reveladora das muitas relações entre o continente africano e o Brasil, e com isso a criação de acervos patrimoniais únicos que atestam a nossa pluralidade cultural. Este artigo quer mostrar, através de relatos históricos, etnografias comparadas, e pesquisas de campo, como o azeite de dendê se tornou uma marca da identidade de matriz africana no Brasil. Como o dendezeiro saiu da África e chegou ao Brasil. Também apontar como, a partir dos seus significados na economia, na religiosidade e na gastronomia, passou a marcar uma comida de matriz africana que representa a identidade de um ofício artesanal que foi patrimonializado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Ainda, como os terreiros de Candomblé se tornaram um importante guardião dos saberes e dos fazeres de matriz africana no Brasil. E, a baiana de acarajé com seu ofício e com sua “roupa de baiana” tradicional, passou a ser um símbolo que representa um importante passo na preservação da cultura de matriz africana no Brasil.



Resumo Inglês:

This article is based on the field research that I carried out in Brazil and in African countries. The research forms an ethnographic basis revealing the many relations between the African continent and Brazil, and with it the creation of unique heritage collections that attest our cultural plurality. This article aims to show, through historical reports, comparative ethnographies, and field research, how palm oil has become a hallmark of the African matrix identity in Brazil. As the palm tree left Africa and arrived in Brazil. Also to point out how, from its meanings in economy, religiosity and gastronomy, started to mark a food of African matrix that represents the identity of an artisan craft that was recognized heritage by brazilian National Historic and Artistic Heritage Institute (IPHAN). Also, as the Candomblé’s places of practice (a.k.a. terreiros) became an important guardian of the knowledge and makings of African matrix in Brazil. And, Bahia’s women of acarajé with its craft and with its traditional "Bahia’s clothing", became a symbol that represents an important step in the preservation of the African matrix culture in Brazil.