Foi a partir do final do século XIX, que as doenças venéreas passaram a se constituir como preocupação dos médicos, mas foi nas primeiras décadas do século XX, sobretudo durante o governo de Getúlio Vargas, que o enfrentamento dessas enfermidades ganhou estatuto de política pública, inclusive em estados como o Piauí. A atenção à saúde da população adquiriu relevância no contexto de criação de um novo país no período entre 1937 e 1945, pois era preciso que o Estado investisse na criação de trabalhadores saudáveis e fortes, capazes de contribuírem para o desenvolvimento do país. O trabalho tem como objetivos, analisar as políticas públicas de saúde no combate às doenças venéreas em Teresina no período do Estado Novo, evidenciar porque as doenças venéreas foram significadas, naquele período, como grave problema nacional e um empecilho à construção de uma nação moderna, e entender como se deu o interesse de realização de algumas práticas, com o objetivo de combater as doenças venéreas, a partir da parceria entre médicos e poderes públicos locais. Utiliza-se como referenciais teóricos Certeau (1994) e Foucault (1978; 2008). As fontes utilizadas são jornais, como O Diário oficial, Códices de Saúde e Relatórios do Governo. A pesquisa empenha-se em mostrar as práticas de cuidado com o corpo marcado pelas doenças venéreas e seu histórico em Teresina, além dos procedimentos de tratamento e prevenção das mesmas, revelando que durante os anos 30 e 40 foram intensificados os investimentos em saúde no Brasil, mas que no entanto eram limitados em relação a capital do PI.
