O Sul do Brasil apresenta áreas com clima subtropical, com número significativo de geadas, que dificultam ou, até mesmo, impossibilitam o crescimento de eucaliptos tropicais. Eucalyptus benthamii e E. smithii surgem como espécies alternativas de origem subtropical com considerável tolerância a geadas. Estudou-se a variação genética para diâmetro a altura do peito (DAP), altura (H), volume (VOL) e tortuosidade em quatro procedências de Eucalyptus smithii e duas de E. benthamii, plantadas em delineamento em blocos casualizados em área experimental do município de Rio Negrinho, Santa Catarina, sul do Brasil. Foi encontrada variabilidade genética considerável para os caracteres investigados, todos diretamente associados com a seleção para produção e qualidade da madeira. Em geral, a maior proporção da diversidade genética foi encontrada dentro das procedências (Qd variou de 63,6 a 73,%), exceto para tortuosidade (Qd = 13,5% e Qst = 81,9%). Embora a predição de ganhos genéticos com testes de procedências apresente limitações, o emprego do método REML/ BLUP permitiu predizer ganhos genéticos para as variáveis DAP, H e VOL nas procedências e indivíduos das duas espécies. Os ganhos genéticos mais elevados foram preditos para uma procedência de E. smithii originária da Austrália (13% para DAP, 5 % para H e 6,1% para VOL). Contudo, os ganhos genéticos potenciais com a procedência de E. benthamii de Santa Catarina não foram negligenciáveis (1,2% para DAP, 1,8% para H e 2,2% para VOL). Estes resultados representam importantes contribuições para a realização de testes de progênies posteriores para investigar a variação genética aditiva e seus componentes, o que pode aprimorar o conhecimento do controle genético dos caracteres e auxiliar no desenvolvimento de programas de melhoramento genético de E. smithii e E. benthamii.
Southern Brazil encompasses areas with a subtropical climate, with significant number of frosts, which challenge or even impair growing tropical eucalypts. Eucalyptus benthamii and E. smithii rise as alternative species of subtropical origin with considerable frost-tolerance. Here we accessed the genetic variation for diameter at breast height (DBH), height (H), volume (VOL), bifurcation and straightness of four provenances of E. smithii and two of E. benthamii, cultivated in randomized block design in a farm in Rio Negrinho, Santa Catarina, southern Brazil. We found considerable genetic variability for the traits, all directly associated with the selection for wood production and quality. In general, most of the genetic variability was found within the provenances (Qd ranged from 63.6 to 73.1%), except for straightness (Qd = 13.5% and Qst = 81.9%). Although predicting genetic gains with provenance trials might have some drawbacks, the application of the REML/BLUP method was able to predict genetic gains for the growth variables DBH, H and VOL for provenances of the two species. The highest genetic gains were predicted for a provenance of E. smithii originated from Australia (13% for DBH, 5% for H and 6.1% for VOL). However, the genetic gains from a E. benthamii provenance from Santa Catarina state were not negligible (1.2% for DBH, 1.8 for H and 2.2% for VOL). Our results provide insights for further progeny trials aimed at investigating additive genetic variance and their components, which could improve the genetic control of the traits and assist breeding programs of E. smithii and E. benthamii.