O artigo é tecido a partir de uma ação educativa desenvolvida em um Museu Egípcio Itinerante, na cidade de Londrina, no norte do estado do Paraná, com a participação de dezesseis estudantes do 9.º ano de uma escola estadual, de tempo integral. O museu é lugar de trânsito, deslocamentos, transfigurações e ultrapassagens em que aflora relações dinâmicas e intricadas entre os sujeitos na experiência de aprender e sentir os enovelamentos temporais (PEREIRA; CARVALHO, 2010). No entanto, encontramos uma intrincada história de seleção de memórias que ganham visibilidade e outras esquecidas. Nesta perspectiva, conceber ações educativas que provoquem o estranhamento dos sentidos históricos e memorialísticos propostos nos museus torna-se uma prática fundamental e o aporte teórico-metodológico mergulhado nas ideias do filósofo alemão Walter Benjamin (1985;1987) e do historiador Edward Palmer Thompson (1981; 1988) subsidiou uma leitura a contrapelo do museu Egípcio e estimulou a produção de conhecimentos históricos e educacionais pelo viés coletivo (THOMPSON, 1981), ou seja, pela via da autoridade compartilhada (FRISCH, 2016).
This article is based on an educational activity developed at an Itinerant Egyptian Museum, in the city of Londrina, in the northern state of Paraná, Brazil, with the participation of 16 students of the 9th grade of Elementary School from a full-time state school.: A museum is a place of transit, displacement, transfiguration and overtaking in which dynamic and intricate relationships between the subjects in the experience of producing historical and ducational knowledge. Intricate stories that gained visibility were found and others were forgotten. conceiving educational actions that provoke the strangeness of the historical senses proposed in museums becomes a fundamental practice a counter reading of the Egyptian museum. The theoretical- methodological contribution is steeped in the ideas of the German philosopher Walter Benjamin (1985) and the historian Edward Palmer Thompson (1981, 1988), stimulated the production of historical and educational knowledge through the collective bias, via shared authority (FRISCH, 2016).