O presente artigo é parte de estudos realizados no campo da História da Educação, com ênfase na história intelectual, e das mulheres que se propuseram a analisar a trajetória de Mariana Coelho (1874-1954), intelectual, feminista e educadora portuguesa que chegou ao Paraná em 1893. Ela morou em Curitiba e, nessa capital, manteve-se atuante até1940. Nesse período, além de colaborar em diversos periódicos da imprensa local, produziu e publicou seis livros. Como recorte para este artigo, optou-se por analisar a coluna mensal Chronica da Moda, publicada por Coelho no jornal curitibano Diário da Tarde. Embora a coluna tratasse de assuntos considerados femininos – naquele contexto – Mariana Coelho utilizou o espaço que lhe foi concedido para debater o feminismo, os direitos da mulher, sua condição diante da profissionalização e presença na cena pública, bem como a relevância de sua educação para ocupação desse novo espaço social. Como fontes, privilegiou-se, para uso neste artigo, as colunas que foram publicadas em 1901, visto que, nelas Coelho defendia publicamente o voto feminino e o feminismo, o que lhe colocou em um embate público com outros intelectuais paranaenses do período. Do ponto de vista teórico, o artigo aborda o conceito de intelectual de Carlos Eduardo Vieira, os conceitos de trajetória, campo e capital de Pierre Bourdieu e redes de sociabilidade de Jean-François Sirinelli.
This article is part of studies conducted in the field of the History of Education with focus on intellectual history and women’s history that proposed the analysis of Mariana Coelho (1874-1954), intellectual, feminist and Portuguese educator’s trajectory, who arrived in the state of Paraná in 1893. Coelho lived in Curitiba, and stayed active until the 1940s. In that period, in addition to her collaboration in many local press’s journals, Coelho produced and published six books. As passage for this article, it was decided to analyze the biweekly column Chronica da Moda, published by Coelho in the Curitiba’s newspaper Diário da Tarde. While the column addressed subjects considered feminists – in that context – Mariana Coelho used the space given to her to discuss feminism, women’s rights, women’s conditions in the face of professionalization and public presence, as well as the relevance of women’s education to occupy this new social environment. Columns published in 1901 were used as references for this article, since, in those Coelho publically defended women’s rights to vote and feminism, which placed her in a public debate with other intellectuals of the time. From a theoretical point of view, this article approaches Carlos Eduardo Vieira’s intellectual concept, Pierre Bourdieu’s trajectory, field and capital concepts, and Jean-François Sirinelli‘s sociability network.
