O presente artigo é parte dos estudos realizados no campo da História da Educação no período colonial e tem como tema a aprendizagem de ofício mecânico por homens livres e cativos no século XVIII e início do XIX na Vila Real do Sabará, Capitania de Minas Gerais. Atualmente, as pesquisas em História da Educação no período colonial têm diversificado os seus objetos, não restringindo mais ao ambiente escolar, assim, buscando novos objetos de estudo como o ensino das artes e ofícios mecânicos. As fontes consultadas foram ampliadas devido às dificuldades encontradas, principalmente pela inexistência de corporações de ofícios e de se pautar em algo ligado ao costume e a oralidade. Ampliando o escopo documental para além do fundo da câmara da Vila de Sabará, descobrimos em testamentos, libelos, justificações como se dava aprendizagem de ofício por livres e escravos. O auto de contas de tutoria presentes nos inventários post-mortem é a principal fonte utilizada na pesquisa, que permitiu levantarmos aprendizes, sabermos suas idades, qualidades, condições e ofícios escolhidos, como também, suas obrigações para com seus Mestres. Como veremos, a prática de ensinar um ofício para órfãos e escravos era consoante com a preocupação das autoridades régias de combater e controlar a vadiagem dos negros, mestiços e forros.
This article is part of studies conducted in the field of the History of Education with theme the learning of a mechanical craft by free and slaves men in the XVIII and early XIX centuries in Vila Real do Sabará, Minas Gerais. Currently, researches in History of Education in the colonial period have diversified their objects, not restricting more to the school, thus seeking new objects of study such as the teaching of the arts and mechanical crafts. The documents consulted were amplified due to the difficulties encountered, mainly due to the inexistence of guilds. Expanding the documentary scope beyond the documentation of the town hall of Sabará, we discovered in testaments, libels and justifications about the learning by free and slaves. The tutors accounts in the inventories is the main source used in the research, which allowed us to raise apprentices, to know their ages, qualities, conditions and chosen crafts, as well as their obligations with Master. As we shall see, the practice of teaching a trade for orphans and slaves was consonant with the concern of the royal authorities to combat and control the vagrancy of blacks, mestizos, and freedmen.