A Antiguidade grega definiu dois topoi simbólicos para contextualizar a identidade (Mesmidade) e a alteridade: a hýbris e a sophrosyne, definidas discursivamente na mitologia por duas linhagens, uma clara e outra obscura, que continuarão presentes no período clássico. Neste sentido essa é a experiência dominante grega da identidade e da alteridade. A sophrosyne estabelece a sua ampla ligação com a identidade e a hýbris com a alteridade. A partir daqui propomo-nos pensar um modelo de construção da Alteridade na economia geral do pensamento mítico. Pensar e construir um outro implica contextualizá-lo em cinco eixos ou dimensões que analisaremos antes de nos situarmos na mulher como “o nosso outro”. Pandora constitui uma figura emblemática desta construção atravessada pelo viril. Desde a sua própria condição de artefato até às marcas identitárias atribuídas à sua ficção, a dimensão axiológica situa-a num território de registo singular que o presente trabalho se propõe rever.
Greek Antiquity has defined two symbolic topoi to territorialize the identity (Sameness) and the otherness: the hýbris and the sophrosyne, defined discursively in mythology by two lineages, one clear and the other dark, that will continue to be present in the classical period. In this sense, that is the dominant Greek experience of identity and otherness. The sophrosyne establishes its broad association with identity and the hýbris with otherness. From this point on, we propose to conjecture a model of construction of the Other in the general economy of mythical thought. Thinking and constructing an "other" implies territorializing it in five axes or dimensions that we will analyze before situating ourselves in the woman as "our other". Pandora is an emblematic figure of this construction traversed by the virile. From its own artifact condition to the identity marks attributed in her fiction, the axiological dimension places her in a territory of singular register that this work aims to revise.
La Antigüedad griega ha definido dos topoi simbólicos para territorializar la identidad (Mismidad) y la otredad: la hýbris y la sophrosyne, definidos discursivamente en la mitología por dos linajes, uno claro y otro oscuro, que seguirán presentes en el período clásico. En este sentido esa es la experiencia dominante griega de la identidad y la otredad. La sophrosyne termina su larga ligazón con la identidad y la hýbris con la otredad. A partir de allí proponemos pensar un modelo de construcción de la Otredad en la economía general del pensamiento mítico. Pensar y construir a un otro implica territorializarlo en cinco ejes o dimensiones que analizaremos antes de situarnos en la mujer como “nuestro otro”. Pandora constituye una figura emblemática de esta construcción atravesada por lo viril. Desde su propia condición de artefacto hasta las marcas identitarias atribuidas en su ficción, la dimensión axiológica la ubica en un territorio de registro singular que el presente trabajo recorrerá.