O texto pretende analisar os Cadernos do Cárcere de Antonio Gramsci a partir de duas noções centrais que apontam para a definição das duas formas distintas de transição político-cultural para o mundo moderno: o Renascimento e a Reforma. O estudo defende a idéia de que as formulações presentes em seus escritos do período carcerário devem ser apreendidas como categorias sujeitas a desdobramentos sucessivos, que exigem da parte do leitor uma verdadeira reconstrução semântica tendo em vista o espírito geral da obra gramsciana. Isto porque, como regra geral desses escritos, a caracterização conceitual dessas duas categorias se encontra enredada num verdadeiro labirinto de notas fragmentárias, fruto de um pensamento em construção que se insurge contra a absolutização conceitual, exigindo que o sentido dos conceitos seja recolocado conforme aumenta a própria compreensão dos problemas analisados pelo autor